quarta-feira, 28 de março de 2012

As Mulheres e o Poder

Durante grande parte da História do Brasil, as mulheres não tiveram participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como, por exemplo, votar e se candidatar. Somente em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito do voto. Também puderam se candidatar a cargos políticos. Em 1934, a doutora Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira.
Somos a maioria da população brasileira, mas, na Câmara Federal, de um total de 513 deputados apenas 45 (8,8%) são mulheres. No Senado Federal, de 81 senadores, 11 (13,6%) são mulheres. No âmbito estadual, o quadro não é diferente, de um total de 1059 deputados estaduais e distritais, apenas 133 são mulheres (12,8%). E das 27 unidades federativas do Brasil, apenas dois estados são governados por mulheres (RN e MA), o que equivale a 7,4% do total.
Atualmente, as mulheres representam mais de 50% do eleitorado brasileiro, porém nas Câmaras Municipais somos apenas 12,5%, sendo que em nosso município há apenas uma vereadora.
Pela primeira vez na história deste país, uma mulher, Dilma Rousseff do PT - Partido dos Trabalhadores venceu as eleições presidenciais, tornando-se a primeira presidenta da República no Brasil.
A ampliação da presença das mulheres no mundo público, isto é, fora do âmbito da família, é um fato irreversível. Porém, isto tem custado muito às mulheres, pois há uma sobrecarga colocada sobre elas em relação à vida familiar e às tarefas domésticas. Além do trabalho fora de casa, as mulheres assumem novas tarefas nas associações de bairros, nos movimentos e grupos religiosos, nas associações de pais, nos sindicatos, mas muito pouco se alterou nas relações de poder.
A política é o espaço de disputa de poder na sociedade onde é definida boa parte dos destinos dos países, estados e municípios. Como este espaço é ocupado majoritariamente pelos homens, as mulheres são excluídas de decisões que impactam a vida de toda uma população. Este é um sintoma da fragilidade da democracia: a exclusão tão recorrente das mulheres.
Uma iniciativa muito importante para corrigir esta discriminação histórica é a cota de 30% nas eleições para os cargos legislativos. Ou seja, cada partido político ou coligação é obrigado a compor sua chapa de vereadores e vereadoras com no mínimo 30% de mulheres. Esta cota é uma forma de garantir a participação das mulheres no processo eleitoral, exercendo assim a sua cidadania de forma plena.
É preciso derrubar esta idéia de que os espaços públicos não são espaços para as mulheres. Por isso, independente do ambiente em que estamos precisamos questionar, denunciar e propor soluções. Ousadia deve ser a nossa palavra de ordem.
Vanda Bandeira Santana
Professora de História da Escola Estadual Profª Maria Arminda
e do CEEP Dr Brasílio Machado

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