Diariamente as mulheres são submetidas a vários tipos de violencia no Brasil e no mundo, desde os mais graves que acabam tirando suas vidas ou através das sutilezas das palavras que ferem tanto quanto uma agressão fisica, pois vemos diariamente as mensagens mascaradas, disfarçadas que são submetidas as mulheres que ocupam cargos na politica, onde homens aparentemente politizados, doutores ou analfabetos condicionam as mulheres como seres inferiores ou incompetentes para o lugar que ocupam.
O que faz as mulheres seguirem em frente e continuar ocupando seus lugares na sociedade, é que estes machistas disfarçados de bom moço muitas vezes são surpreendidos PELAS MULHERES, fazendo cair a carapaça e mostrando sua postura autoritária, sabichões e donos da verdade, que vivem acomodados dentro de um sistema-sociedade corrompida dos valores e respeito que deveriam ter para com as mulheres que representam o povo deste pais.
Aos homens sensiveis e mulheres especiais
Saudações Feministas
Margarete N. Pacheco
Vereadora-PT - Antonina-Pr.
Artigo publicado no Jornal O POVO, de Fortaleza.
A Lei Maria da Penha foi uma das principais conquistas da luta feminista no Brasil. Em primeiro lugar porque ela cumpriu um papel extremamente relevante no processo de desnaturalização da violência contra a mulher. O Brasil sempre conviveu com uma cultura na qual “bater em mulher é normal”. A lei afirma claramente que a violência doméstica não é algo natural, não é uma violência qualquer, é a violência física carregada do peso do machismo amalgamado em nosso cotidiano.
Entretanto, há uma armadilha profunda, discreta e, por isso, perigosíssima que acompanha a aprovação da lei. O machismo brasileiro é tão forte que sorrateiramente se manifesta travestido de luta feminista. A violência contra a mulher é uma pauta importante, mas a grande luta contra a desigualdade de gênero no Brasil é pelo real reconhecimento da mulher como pessoa com plena capacidade de tomar decisões e influenciar os rumos do País.
Afinal, o Brasil ainda é um dos países com menos mulheres no parlamento (atrás do Irã e do Afeganistão, por exemplo) e a quantidade de mulheres em cargo de chefia nas empresas é ínfima. Por que conquistas nessas áreas são tão mais difíceis de conseguir do que no tema da violência doméstica? Talvez seja porque o tema da violência, na verdade, convive com o machismo com muito mais tranquilidade. É fácil colocar a mulher em um papel submisso, de quem deve ser tutelado e concordar com essas leis.
O Supremo Tribunal Federal tomou uma decisão polêmica sobre um aspecto da Lei Maria da Penha: agora, mesmo que a mulher não queira, o Ministério Público pode levar seu agressor para a cadeia. Ora, será que isso contribui para afirmação da autonomia da mulher ou reforça a ideia de que mulheres devem ser tuteladas por pessoas que sabem o que é melhor para elas? Todos nós, feministas, devemos pelo menos desconfiar de qualquer decisão que retire poder das mulheres.
Pedro Abramovay
Professor da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas